sábado, 27 de setembro de 2014

cat stevens

Não tem um vidro
Como este que separa o vento dos meus cabelos
Mas existe uma barreira

Meu olho é clínico
Te mede, te observa, te pede

Se você quer, 
Diz
Não espere o próximo cometa
Seja telescópio


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

escrevo

maktub

afago afoga

Te ver pouco é pior que não te ver. Já corri atrás de fantasmas que não são seus. Senta do meu lado. Aparece na escuridão emergente do fim do dia. Ilumina minha vida. Me deixa na esperança. Porque isso é só o que eu posso ter de você. Mas se eu fosse você, já tinha chegado em mim.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

a métrica do descompasso ou a vontade de ser líquido

Ele perdera eclipses, meteoros, auroras boreais por ser humano. Não podia estar em todos os lugares ao mesmo tempo, mas quando estava perdera todos os 'amor da sua vida' por não levantar o olho da preocupação. Existe pouco e por pouco tempo. E não pode ser poesia, não passa de um poema. Queria mais é ser líquido. Ocupar todos os espaços com seus volumes. Se fazer onipresente. Olhar o desabrochar das flores e sentir cada dor que o mundo nos dar direito de experimentar. Conhecer todas as pessoas. Não passa de um produto, com lote e data de validade. Correndo num descompasso métrico. Às vezes vê eclipses, mas com um filme fotográfico na frente para não queimar as retinas. Para quê tê-las se não pode ver o mundo com suas cores e grandezas? Às vezes vê meteoros e faz um pedido. Quer ser o mundo. Seu coração é revolução e translação. Já sonhou com auroras boreais, mas não gosta de sonhos que se tornam em pesadelos quando se acorda e a realidade é outra. Gosta mais é do resultado da fricção da arte em sua pele. A Terra há de comer!