sábado, 31 de janeiro de 2015

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Ode à Lola

Corra, Lola, Corra!

Seu largo te espera para dançar forró. E daí se foi um sonho? Você mora neles. Dois pra lá e dois pra cá, mas sem pisar no pé do engenheiro.. Porque tudo tem sua hora. Agora é hora de quê? De correr. Então, corra! Corra porque Nanã é mestra ou guia. Você tem proteção. E o papel te espera para se encher de ti. A poetisa te espera na rua Ceará. Mande uma carta avisando de sua chegada. Não precisa ter medo. Ela não morde. Ela é você. Corra! O pote de cereja está secando em cima da mesa. E é cereja mesmo, não é chuchu. Corra! O mundo te espera. O mundo quer suas curvas barrocas. Mostre que não se faz santos com cabelos humanos e muito menos humanos sem pecados. Corra! Você é a cura. A cura do mundo. O mundo é a sua cura. Seja freira. Seja desapegada. Seja macarrão com salsicha. Amarre as chaves pra fora da janela. Mas, corra. Corra de vez para o mundo ou sente-se. Sente-se para escrever. Deus deve habitar o barroco, porque, dizem, que habita em tudo. Ele habita em você que é mais barroca do que o leão sem forma da África. O meu verde talvez não seja igual ao seu. Essa é a graça do mundo. Corra! Corra a colher as cerejas dos potes verdes e entregue elas em uma carta. Deixe chover debaixo de sombrinhas e dance. Dance enquanto corre, enquanto vive, enquanto sonha. Seja Lola, seja cura, seja Lolita. Mas seja! 

















terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Gotham City

E aquilo que tenho de tudo? Aquele poço de não ecoa dentro do peito e ressona. Os morcegos têm a audição aguçada, dormem de dia e saem para caçar a noite. E o que eu faço com o que você despertou e há muito tempo, muito mesmo, eu não sentia? Isso não pode dormir agora. Não está na hora. A hora agora é de vir. Vem. Quero te entregar o que é seu por mérito e por inquérito. Mas os morcegos dormem de dia e saem para caçar a noite. A noite é uma criança. Os clichês são verdades. Eu sou uma criança. Você é um morcego. 

sábado, 10 de janeiro de 2015

O surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modern

aí de repente, as coisas acontecem. como se eu fosse destemido.
como se suas mãos ainda estivessem no meu cabelo.
como se eu seu cabelo não fosse tão bonito.
como se sua beleza fosse algo metafísico
como se a física, a química e a biologia fosse nós
como se os nós fossem desatados com um beijo
como se o beijo durasse para sempre
e dura
apesar de não termos tempo suficiente para o para sempre
o longe se tornou perto, o café se tornou vermelho e com gosto de limão.