quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Ode aos sonhos

dois mil e dezessete tinha começado com uma premissa muito boa de cerrar ciclos e começar outros. eu não poderia estar mais certo. inesperadamente consegui realizar muitos sonhos de uma só vez. conheci um grande amor, forte o suficiente para merecer minhas loucuras e consegui ser mais minimalista e equilibrado: tirei pessoas, coisas e hábitos que já não faziam bem ou que não tinham o mínimo de sentido de continuar ali. foi um ano de amor, principalmente amor a mim e a pessoa que eu sou e amor as coisas que eu mereço pela pessoa que eu sou. 

essa retrospectiva vai ser baseada nas fotos que eu subi no instagram. olhando para a primeira, vejo uma imagem distorcida de mim e muitas pessoas que eu não faço ideia de quem sejam comentando sobre minha imagem meramente ilustrativa. fora isso foi uma boa ideia começar o ano com um banho de cachoeira. depois tomado por uma "culpa" e um forte desejo quebrar as correntes fofo foi para Cabo Frio. como sempre, muito brochante, tanto o estilo da viagem quanto o lugar. desgostoso. nossa, nessa época eu achava que amava qualquer pessoa que demonstrasse o mínimo de atenção por mim. péssima fase. de lá fui pro rio ter uma noite meio louca meio surreal tomando catuaba nos arcos da lapa com um semi desconhecido. e de lá para Tiradentes. estudei um pouco cinema e teatro e foi bom, mas eu tenho um talento muito grande por lidar com pessoas que não vou cultivar uma relação. 

tá, como sempre o ano só começa depois de março. tive presenças muito ilustres e algumas que eu ainda não entendi muito bem na minha despedida. para alguns foi realmente uma despedida, porque até hoje não voltei a ver. e depois fui viver a melhor experiência da minha vida até agora: realizar o sonho de ir para o Chile, principalmente, morar em Valparaíso. 

então, já me cansei desse texto. mas foi ótimo me apaixonar, me valorizar, me conhecer, me equilibrar, conhecer gente nova, dar tchau para algumas pessoas tóxicas e conhecer culturas, lugares mágicos, passar por perrengues.

2017 foi o melhor ano da minha vida até agora, mas 2018 pode vir sem medo, porque eu não aceito menos. Quero que todos os anos sejam os melhores da minha vida e isso pode acontecer se eu quiser. Ainda não sei nada da minha depois do segundo semestre do ano que vem, mas eu gosto de surpresas também. 

- Divinópolis
- Belo Horizonte
- Serra do Cipó
- Cabo Frio
- Rio de Janeiro
- Tiradentes
- Valparaíso
- Viña del Mar
- Cerro La Campana
- Castro
- Dalcahue
- Achao
- Puerto Varas
- Frutillar
- Santiago
- San José del Maipo
- Mendoza
- Valdívia
- Niebla
- Pucón
- Iquique
- Arica
- Tacna
- Puno
- Cusco
- Aguascalientes
- Machu Picchu
- San Pedro de Atacama
- Santiago
- Salvador
- Aracaju


que rolê <3

La línea

y hay una línea que sale de mi ventilador hacia tu calefator. esa línea es recta y contínua.

terça-feira, 20 de junho de 2017



O céu de Valparaíso é aquarelado e rotineiramente inesperado. Aqui eu percebo outros tons que as vozes poéticas podem ter, suas nuances e seus tempos. As gaivotas voam, as gruas recém-iluminadas caminham pelo 'porto principal'. A cordilheira delimita e emoldura. Faz frio, mas o coração é quente.



quinta-feira, 30 de março de 2017

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18 de septiembre de 1837 la primera luz salía del faro Punta Ángeles. 65570 días después una luz me ilumina en sus alrededores. Yo que todavía no estaba ni en la imaginación de mi quinta generación anterior, hoy me siento el grano de arena más bendicido del universo. No sé si bendicido por Diós en la concepción cristiana de las cosas, pero bendicido por la vida. Estoy aquí. Consciente. Con la sangre correndo en mis venas. Oyendo el Pacífico contra las piedras. Vendo millones de estrellas. Sentiendo el frío de un vento que me corta y me acaricia. Al lado de una persona que en poco tiempo ya me causó tanta alegría y que me elevó a lugares del alma que yo ni conocía o que hacía tiempo que no visitaba. No quería se cliché. Pero es imposible no mirar esta ciudad, estes paisajes, con ojos que no sean de Pablo Neruda, con intensidad que no sea de Gabriela Mistral y con palabras que no sean de Violeta Parra.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.


sexta-feira, 24 de março de 2017

a +b = ab

¿Yo? Si yo tuviera derecho a super poderes... No sé, creo que salvaría los amantes de Las Torpederas para que ellos de hecho les encontrasen realmente feliz la piedra, como nosotros. Si yo tuviera super poderes eligiría hacer que todos mirasen Valparaíso con ojos de Neruda, con mis ojos dentro de los tuyos marrones-verdosos. Si yo tuviera derecho a super poderes haría con que las hormiguitas que hacen cosquillas en mi pecho jamás dejasen de hacerlo mientras las fachas son tiradas por tu acento. Si yo tuviera derecho a super poderes, taparía el sol para ver tu sonrisa.



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Poesias Mineiras Definitivas (fevereiro de 2017)

Eu tô fazendo essa postagem aqui só porque eu vou estar viajando por muito tempo e não sei se vou precisar de ler Adélia Prado, Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes nesse meio tempo e não vou estar com os livros por motivos óbvios de peso. Aí, é fácil. Essa seleção são dos poemas que eu acho que tenha mais probabilidade de eu precisar.

Adélia Prado
Louvação para uma cor
O amarelo faz decorrer de si os mamões e sua polpa,
o amarelo furável.
Ao meio-fia as abelhas, o doce ferrão e o mel.
Os ovos todos e seu núcleo, o óvulo.
Este, dentro, o minúsculo.
Da negritude das vísceras cegas, 
amarelo e quente, o minúsculo ponto, 
o grão luminoso.
Distende e amacia em bátegas 
a pura luz de seu nome,
a cor tropicordiosa.
Acende o cio,
é uma flauta encantada, 
um oboé em Bach.
O amarelo engendra. 

Roxo
Roxo aperta. 
Roxo é travoso e estreito.
Roxo é a cordis, vexatório,
uma doidura para amanhecer. 
A paixão de Jesus é roxa e branca, 
pertinho da alegria. 
Roxo é travoso, vai madurecer.
Roxo é bonito e eu gosto.
Gosta dele o amarelo. 
O céu roxeia de manhã e de tarde, 
uma rosa vermelha envelhecendo.
Cavalgo caçando roxo,
lembrança triste, bonina.
Campeio amor pra roxeamar paixonada,
o roxo por gosto e sina. 

Aura
Em maio a tarde não arde
em maio a tarde não dura
em maio a tarde fulgura.

Tentação em maio
Maio se extingue
e com tal luz
e de tal forma se extingue
que um pecado oculto me sugere:
não olhe porque maio não é seu.
Ninguém se livra de maio.
Encantados todos viram as cabeças:
Do que é mesmo que falávamos?
Da tua luz eterna, ó maio,
rosa que se fecha sem fanar-se.

Murilo Mendes
"eu estou no meu corpo" - Panorama

Reflexão Nº1
Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher
Deus de onde deriva
É a circulação e o movimento infinito.

Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido.

Drummond
"Tenho apenas duas mãos 
e o sentimento do mundo"

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Dougla's Creek

I don't want to wait for our lives to be over. I want to know right now what will it be. I don't want to wait for our lives to be over. Will it yes or will it be... sorry? 

Então, este texto será recheado de referências à cultura pop americana do final da década de 1990 e começo dos anos 2000, além de requerer um conhecimento específico na área de séries de TV. Então, tá. O negócio é que eu percebi estar acabando um ciclo da minha vida chamado adolescência. Esse ciclo começou quando eu percebi que o da minha infância estava indo embora - o fatídico dia que meu pai deu minha bicicleta para um afilhado dele e eu chorei por ter perdido os adesivos do Pokémon que eu tinha juntando algumas moedas pra comprar uns anos anteriores (hoje em dia eu nem gosto mais de Pokémon) -. Aí começou a adolescência: gostar de RBD e espanhol, começar a ler, prezar pelo conhecimento, querer fazer Letras, começar a ser cult, querer estudar em Divinópolis, ir para o cursinho, estudar no CEFET, ir para Belo Horizonte, estudar na UFMG. Consigo ver tudo isso em um grande bloco temático, das ambições e descobertas. Aí, eu lembro de American Horror Story, cada temporada é uma geração, com tempo, espaço e personagens diferentes, com isso eu posso aproximar minha vida: Douglas (Horror) Story: Adolescência

Todo seriado tem seus enredos, seus plots. Alguns tem protagonistas fortes, outros são comandados pelas tramas e carismas dos personagens coadjuvantes. Alguns personagens ficam de season pra season, alguns atores saem da série, depois voltam... Alguns morrem, numa vibe meio Shonda... De vez em quando o personagem é vivido com dois atores diferentes, tipo Capheus de Sense8... O negócio é que o enredo de um seriado para não perder o público durante tantas seasons deve ser forte.

Dougla's Creek começa em uma pequena cidade interiorana chamada Ermidaside. Douglas tem seus sonhos, é relativamente bom nas coisas que faz e tem até algumas Joey's na vida e o Pacey daquela época era representado por sua família. Jen não existe, porque Jen é adolescente, tão adolescente que ela não existe na vida adulta nem na ficção real. Aí Douglas começa a se relacionar com um mundo adolescente de laboratório chamado CEFET que te prepara para lidar com tudo academicamente, até com um Lattes, mas não te prepara para a vida de fato. Inclusive, pouca gente se atenta a esse fato mesmo depois de mudar de ambiente. 

Vemos aí nessa primeira curva dramática da série o fim do plot de Ermidaside e isso se dá com a introdução do plot CEFET e a adolescência só muda mesmo com o hiperplot chamado Belo Horizonte, que é Boston de Dougla's Creek. Assim como os habitantes de Capeside, os dessa paródia de quarta categoria também acham que estão na vida adulta quando chegam a Boston Horizonte. O que não é verdade, já que nem Dawson's nem Dougla's Creek existem na vida adulta. É apenas ilusão. O que existe é uma experimentação infantil e inconsequente da sexualidade, rascunhos de problemas mais sérios, mas nada se comparado com o tapa na cara de acordar todo dia pagando por seus atos, sejam eles bons ou não. Talvez o papel de Pacey nessa fase seja mostrar para o mundo que esses problemas existem e cá está a família de novo fazendo o papel do Witter mais novo. Essa analogia era inesperada até pra mim. 

Mas aí a Jen morre. Jen, a adolescência em pessoa. A bela. A destemida. A sensual. A srta dedo na cara. O discurso do enterro de Abby Morgan. A rebelde sem causa e se for sem calça é melhor. É a pessoa que mais amadurece na série e a ordem natural das coisas é assim, amadurecer na adolescência até ela acabar. E acabou. Jen morre. Transcende. Acho que estou sendo frio demais sendo que ela é minha personagem preferida. Mas é a lei natural da vida e de Rob Thomas. Impreterivelmente, quando a adolescência morre, a série acaba. 

Minha Jen está morrendo. 

American Douglas History: adolescência também. É o fim do ciclo. Consigo ver um fim palpável   e esperado para todas as coisas que Jen trouxe. Está na hora de me dedicar a outras línguas. Não me vejo trabalhando na área de Letras. As pessoas do CEFET hoje em dia já são lembranças. Enquanto a turma está em Boston, L.A. me parece mais legal e mais certo. A sexualidade não é pra ser mais experimentada, é pra ser assumida. 

Claro que a franquia American Horror Story é o conjunto de cada geração. No enredo uma não tem nada a ver com a outra, a não ser o cunho de horror. Nas minhas gerações, uma não tem nada a ver com a outra, a não ser eu. E eu sou o conjunto de minhas gerações. Está na hora de sentar e escrever uma nova, com novos personagens, com alguns que mantem, mas se transformam, já que tudo é apenas o crossover... 

Mas antes de isso tudo começar, acho que os fãs merecem um especial de natal para fazer a transição: American Dougla's Chile Story. 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

e no começo foi buscar
uma maneira de sentir
olhar a luz para seguir
e no começo foi sonhar

hoje é aqui, amanhã lá
hoje é o dia pra começar


chiquititas