quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

aqualung

eu quero que o tempo passe e nos separe de uma vez por todas, só que dessa vez que seja de verdade. não existe mais o que antes existia, mas ninguém vê isso. você tenta salvar o último fiapo da corda que antes o nosso laço. deixa cair, que é mais fácil. vai cair de qualquer jeito, vamos tentar ficar menos doloroso. uma queda esperada é melhor, dá tempo de ensaiar os gemidos. eu prefiro que cada um siga seu espaço, sua trilha e que a vida trate de substituir a falta que o outro faz. eu torço para que a efemeridade leve o futuro para um lugar longe do presente, mas não separado do passado. as borboletas foram engolidas e agora habitam em outros estômagos. essa é a lei natural da vida. os equipamentos quicam no fundo mar. enferrujaram. não servem mais. aqualung. somos marinheiros, em cada porto novos amores. 

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